domingo, 30 de agosto de 2009

Angústia - Graciliano Ramos

"O que eu precisava era ler um romance fantástico, um romance besta, em que os homens e as mulheres fossem criações absurdas, não andassem magoando-se, traindo-se. Histórias fáceis, sem almas complicadas. Infelizmente essas leituras já não me comovem."

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Do amoroso esquecimento - Quintana

Eu, agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
de lembrar que te esqueci?

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Os Lusíadas - Canto I, estrofe 106

No mar tanta tormenta, e tanto dano,
Tantas vezes a morte apercebida!
Na terra tanta guerra, tanto engano,
Tanta necessidade avorrecida!
Onde pode acolher-se um fraco humano,
Onde terá segura a curta vida,
Que não se arme, e se indigne o Céu sereno
Contra um bicho da terra tão pequeno?

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mecanismo - Ludov

Eu não sei se quero fazer parte disso.
Esse mecanismo está prestes a parar.
É tanto desespero que o passo é impreciso.
Esse mecanismo ainda vai degringolar.

As ruas que eu caminhava mudaram de direção.
Me sinto perdido, andando em círculos sociais,
entrando em contramão,
confundindo sinais.

Ser o que se espera sem ser previsível.
Vai ficar díficil pro navio navegar.
Se for só por vaidade peço pra anular o visto.
Fogos de artifício também podem te queimar.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

"(...) e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia: fechada, sozinha, perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada."
*
Caio Fernando Abreu