quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Tempo

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez,
com outro número e outra vontade de acreditar
que daqui para diante vai ser diferente".

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 12 de dezembro de 2009

Acho que uma das melhores lições que se ganha depois de um ano e meio de terapia é que o "estar infeliz" não é permanente. E que talvez o mais importante seja assumir e dizer: sim, não estou feliz com isso, quero mudar e vou fazer o possível pra isso acontecer. Uma hora cansamos de nos acostumar com os sentimentos ruins, até porque eles sempre existirão, já pensou achar que é o fim do mundo cada vez que saímos da nossa zona de conforto? Não quero ficar só reclamando e não agir, não quero. As coisas acontecem muito rápido e eu mereço chegar onde eu quero. Se mesmo assim nada disso funcionar, aí eu faço escolhas, jogo o dado da vida pra cima de novo. Nunca vai ser tarde demais.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Testemunha ocular.
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Aqui em cima do muro , é seguro. Juro! Do romance que eu criei, da minha obra prima, só tenho uma testemunha. E foram os olhares que se encontraram . Autonômos. E eu deixei. O que mais iria querer, além daqueles olhos. Eu forçava o acaso para descobrir alguma novidade. E me contentava com as pequenas descobertas diárias. Os olhares constantes tinham um trato, tinha que ser de longe. As oportunidades perdidas e a indiferença aparente, eram truques para aumentar a expectativa do desfecho. O desfecho? Emocionante! Surgiu alguém para o outro. E eu cansei. De amor platônico não se brinca sozinho, não tem graça. Os olhares são ainda amigos, mas estão conformados. Coitados! E eu já não quero apenas olhares, quero palavras, gestos...
Afinal para que faça sentido, há de existir todos os sentidos. Não?
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Por Âmala Barbosa