sábado, 1 de outubro de 2011

Dois meses longe do Brasil. Dois meses longe de todas as coisas e de todas as pessoas que sempre fizeram a minha vida ser única. Dois meses longe daquelas noites poaenses cheias de risadas, cores e sons. Dois meses sem um abraço de mãe, de pai e de tia. Um sentimento nunca existente na minha vida, não sabia que a saudade podia doer tanto, porque além dela ainda existe a sensação que a vida continua sem você, tudo continua acontecendo exatamente como antes e a sua presença não parece ser tão importante. O egoísmo chega a ser tão grande que se eu tivesse o poder de parar o tempo eu o faria com certeza. Esperem por mim, não se mexam, não falem e não vivam enquanto eu não voltar! Mas não é assim. É um buraco que vai sempre existir, um buraco aqui preenchido com muitas pessoas novas, muitos desafios e muitas experiências. Um buraco lá preenchido... espera, lá não existe um buraco. A vida brasileira continuou. Fui eu quem a deixou. 
Mas não pense que esse texto terminará assim, triste. E eu te digo o porquê.
A ausência dessa vida que sempre me fez tão feliz é preenchida por sentimentos inéditos e maravilhosos, por momentos únicos e pessoas que serão inesquecíveis. Se eu tivesse que voltar agora eu poderia dizer "Fui feliz, valeu a pena, fiz tudo o que queria fazer." São dois meses que parecem mais uma vida, daquela cheia de descobertas pessoais. Quem diria Jaqueline, quem diria. Essa sua vida paralela está cheia de alegrias: alegria em entender quando alguém fala em árabe com você na rua, alegria em assistir seriado e comer porcarias com a amiga, alegria em conhecer lugares tão incríveis, alegria em tomar café que o namorado fez especialmente pra você, alegria em conhecer pessoas de todo o mundo, alegria em receber flores, fofocar antes de dormir... alegrias.

Nunca estive tão triste e ao mesmo tempo tão feliz em toda a minha vida.